quinta-feira, 19 de maio de 2011

O primeiro ano de vida da criança - II

ADVERTÊNCIA: O texto que você vai ler são anotações de palestra. Embora me esforce para ser fiel as falas da palestrante, tem partes que meu texto parece descontínuo. Ouvir, se conscientizar e anotar é um processo que, às vezes, pela rapidez das colocações da palestrante, não se completa na escrita, a memória nos deixa "na mão". Para não perder todo um conteúdo, rico em informação, uso o recurso de frases soltas. Espero que a leitura seja de alguma forma proveitosa. Posto isso, fico aberto para sugestões de alterações ou complementações.


Mainumby III – 2010

Centro de Formação de Educadores Sociais da Associação Comunitária Monte Azul – Rua Tomás de Sousa, 552 – São Paulo
Relatório de Ivan leite
Data: 08 de maio de 2010
1º. Semestre de 2010 – O desenvolvimento do ser humano
Palestra: O primeiro ano de vida da criança - Parte II
Palestrante: Renate Keller Ignacio

Renate iniciou a palestra retomando “o que ficou” do último encontro. Na plenária do teatro da Monte Azul, foram citadas algumas observações: que a criança é um ser vulnerável e aberto ao mundo; que o ‘vínculo’ é necessário para a criança adquirir a ‘vontade’ e que no exercício prático, foi percebido o esforço que a criança faz para conquistar seu espaço.

Renate completou afirmando que a conquista do “estar de pé” faz a criança passar do estado animal para o estado de ser humano e citou Rudolf Steiner dizendo que: “a criança ao ficar na vertical entra no estágio da moralidade que vive nela”. A moralidade faz com que ela tenha a liberdade de escolha.
Renate complementa dizendo que a questão da moralidade está no ser verdadeiro, no saber se expressar, no esforço que o adulto faz em querer se melhorar e ajudar a criança a andar para o futuro.


Emmi Pikler

Renate continua a falar sobre Emmi Pikler, que coloca a importância do trato da cabeça da criança. Renate lembra-nos que a criança nasce pela cabeça, diz que ela tem que se esforçar para virá-la devido ao peso, diz que devemos ter cuidado com a moleira, que nos primeiros anos permanece aberta, diz que a cabeça é calorenta, diz que o calor mostra as forças vitais que ajudam a formar o corpo, pois todos os órgãos estão se formando, embora a cabeça seja a mais completa. A moleira fecha entre os 2 e 3 anos e desaparece, mas precisa de proteção, portanto não devemos expô-la ao sol, pois os raios solares são muito agressivos à criança, devemos usar guarda-chuva ou chapeuzinho.



Para criar a autonomia e conquista dos movimentos, Emmi Pikler fala sobre a “roupa” da criança que deve aquecer e possibilitar os movimentos. Nunca macacão com touca e nem pés colados, pois a criança perde seus movimentos. Até os três anos não se deve usar sapatos duros, pois impede o desenvolvimento da musculatura dos pés (curvas e plasticidade), o indicado é o mocacim, pois é mais maleável.
Sobre a proteção da criança, Emmi Pickler coloca que o “espaço” onde a criança se encontra deve ser um lugar não muito aberto, que o colchão deve ser firme e não mole, pois, senão, fica difícil dela se movimentar. Conforme a criança vai se movimentando, vai se aumentando os espaços: 1x1, 3x3 e vai aumentando. Devemos levar em conta a liberdade de seus movimentos. No lar Lóczy – Budapeste – o casarão era cheio de jardins rodeados de cercas abertas que tiravam a atenção da criança daquilo que ela deveria fazer, pois ficavam olhando os carros que passavam. Na hora de escolher o lar, pensar nisso. Conforme a criança vai crescendo, usar caixote de 80x80 para elas subirem e descerem;  é interessante a escada, pois é um exercício bom para elas subir e descer, mas sem colocá-las em risco.



Renate conta-nos que no lar Lóczy, uma pessoa cuida de 8 crianças, já na Monte Azul são 5 crianças por pessoa. No ato de cuidar da criança há uma relação de convívio. O educar x cuidar devem estar juntos, pois cria uma relação.



Renate demonstrou com um boneco as ações que devem se evitadas no trato das crianças como o automatismo e as conversas paralelas entrem as pessoas que as cuidam. Disse que se deve fazer o processo longo e completo com cada criança; se outras chorarem, deixá-las chorar e cuidar delas de longe, mas continuar o trabalho inteiro com aquela que já iniciou. As outras sabem que a vez delas vão chegar. Passar às crianças a tranquilidade.
No final, Renate demonstrou, com ajuda de bonecos, os gestos necessários no processo do cuidar das crianças: a fala tranquila; os gestos carinhosos e cuidadosos; o cuidado com a cabeça; o olho no olho; o relato das ações do cuidar, ou seja, dizer às crianças o que está sendo feito com ela e nomear as partes do seu corpinho: mãos, pés... Tudo isso deve ser feito com consciência e observar se criança coopera com a vontade dela.



Por último Renate projetou, em tela, imagens das crianças do Instituto Lóczy, onde pudemos observar as posturas, as brincadeiras e a concentração das mesmas.







Ivan Leite - Santo André - 21 de maio de 2010 – outono – 17h48min
Para saber mais:
Clique: O que é Mainumby
Clique: Método Emmi Pickler

Anotações de Palestra - Mainumby - III - 2010
1a. Palestra: Clique: Biografia Humana
2a. Palestra: Clique: O primeiro ano de vida da criança - I
3a. Palestra: O primeiro ano de vida da criança - II

Um comentário:

Anônimo disse...

Bacana, esse trabalho da Emmi Pikler. já vivi experiência com bebês baseado em sua teoria e deu muito certo. Realmente os bebês,ficam mais seguros e tranquilos.